06/01/2025
Fonte da foto: Karen Pryor Clicker Training
A questão é muito simples: você não pode coagir um golfinho (que dirá uma baleia ou gorila) a fazer que você quiser. Seja com uma guia unificada ou enforcador, uma latinha cheia de pregos, borrifador ou qualquer outro aversivo “genial” que inventamos para treinar cães e gatos. É preciso gerar motivação e uma escala de reforços coerente para convencer um animal desses, além de se comunicar de forma clara, rápida e precisa. E se hoje sabemos que qualquer animal de um zoológico, por exemplo (incluindo tubarões, sim), pode ser treinado de forma não aversiva, bem, agradeça a essa nobre senhora, que me fez decidir entrar de vez no mundo do adestramento positivo: Karen Pryor.
Pioneira no treino de mamíferos marinhos e responsável pela difusão massiva do uso de clickers para adestrar os mais diversos animais, é possível dizer que, apoiada em muita ciência, Karen fundou as sólidas bases para o que popularmente chamamos de “adestramento positivo”. O termo, na verdade, pode ser melhor explicado assim: uma técnica baseada em motivação, comunicação e respeito. Seu livro mais importante, “Don´t shoot the dog”, é uma das leituras mais básicas para qualquer adestrador moderno. E o trecho que deixo aqui, como uma homenagem póstuma a sua passagem ontem, vai mostrar como ela era um ser humano incrível, em todos os sentidos:
“Culpa e vergonha são formas de punição auto infligida. Quase nenhuma sensação é mais desagradável do que a mão pegajosa da culpa fechando em volta do seu coração; é um punitivo que só a raça humana poderia ter inventado. Certos animais - cachorros, certamente - podem demonstrar constrangimento. Mas nenhum, eu acho, perde tempo sofrendo de culpa por ações no passado.
(Contibua nos comentários)